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Diagnóstico pré natal da Mielomeningocele: a corrida contra o tempo

Diagnóstico-pré-natal-da-Mielomeningocele

O diagnóstico pré natal da Mielomeningocele é um grande desafio para os médicos responsáveis pelo acompanhamento das gestantes. Afinal, esta malformação pode se apresentar de diversas formas diferentes. 

A Mielomeningocele é tipo mais comum o de espinha bífida aberta. Ou seja, malformação congênita da coluna vertebral caracterizada pelo não fechamento adequado da mesma. Assim, algumas vértebras que protegem a medula espinhal não se formam, permanecendo abertas. 

Desta forma, parte da medula espinhal tende a se projetar pela abertura, ficando exposta ao líquido amniótico. Mas as características deste processo podem se apresentar de muitas formas. Sinais indiretos na cabeça do feto, por exemplo, podem ser o alarme para o diagnóstico da Mielomeningocele. 

Assim como a coluna vertebral, as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, também podem não fechar adequadamente. Nestes casos, o vazamento do líquido cefalorraquidiano pode levar a diferentes problemas neurológicos no feto. 

Ainda que este tipo de malformação possa ser herdada, a deficiência de ácido fólico (vitamina B9) tem sido apontada como um dos fatores do desenvolvimento de Mielomeningocele.

Embora a Mielomeningocele afete 1 a cada 1.000 nascidos vivos, em muitos casos não se consegue realizar um diagnóstico correto e preciso logo no início da gestação.

Quando o diagnóstico pré natal de Mielomeningocele ocorre em tempo hábil, o tratamento pode ser realizado de forma intrauterina. Isto é, ainda durante o desenvolvimento do feto, diminuindo muito os efeitos desta malformação. 

 

Diagnóstico pré natal da Mielomeningocele em tempo hábil: a corrida contra o tempo

O diagnóstico pré natal de Mielomeningocele pode ser feito por ecografia morfológica, entre a 18ª e 22ª semana de gestação. 

É possível visualizar diretamente o defeito, localizado na espinha dorsal. Ou ainda indiretamente por alterações na cabeça do feto, como:

  • Cerebelo achatado em formato de banana;
  • O formato da cabeça em aspecto de limão siciliano;
  • Dilatação dos ventrículos laterais, decorrente da hidrocefalia. 

A Hidrocefalia é caracterizada pelo acúmulo de líquidos na cabeça, levando à dilatação dos ventrículos cerebrais, provocando danos nas estruturas encefálicas. 

Durante a formação do feto, pode acarretar deformidades cranianas e sintomas físicos que limitam a vida plena dos portadores, sendo um forte indicador da Mielomeningocele.

Quando o diagnóstico pré natal de Mielomeningocele é feito, a abordagem intrauterina é capaz de amenizar os danos causados por esta condição. 

A correção intrauterina deve ser idealmente realizada antes da 27ª semana de gestação. 

Aproveite para conferir três dicas para ajudar no diagnóstico correto da Mielomeningocele.

 

Cirurgia Fetal para a correção de Mielomeningocele

Até a década de 1990, não era possível corrigir a Mielomeningocele antes do nascimento. A cirurgia após o nascimento era a única alternativa, ainda que não possibilite a recuperação das funções já perdidas durante a vida fetal. 

Recentemente, técnicas de Cirurgia Fetal passaram a permitir a correção intrauterina. Atualmente, inclusive, o procedimento é considerado a opção que proporciona os melhores resultados para a preservação da função neurológica e também pode diminuir as sequelas motoras.

Isso porque minimiza a exposição da medula espinhal ao líquido amniótico no período gestacional. Assim, o diagnóstico pré natal da Mielomeningocele deve ser feito da forma mais precoce possível. 

O tratamento intrauterino é acontece através da Cirurgia Fetal a Céu Aberto, isto significa que a equipe médica abre e expõe o útero, para então corrigir o defeito diretamente no feto. 

Desse modo, este método tem como vantagem principal uma melhor visualização e abordagem do defeito, que pode ser corrigido de forma semelhante à cirurgia pós-natal. O objetivo é proteger o tecido neural exposto, evitando mais danos ao tecido nervoso. 

Uma nova técnica de correção intrauterina que vem sendo empregada é a fetoscopia. Nela, após a exposição do útero materno, introduz-se equipamentos de videocirurgia pela parede uterina. 

 

Ganhos da correção da Mielomeningocele

O maior ganho de corrigir essa malformação ainda no útero é a diminuição do dano neurológico e do risco de necessidade de derivação ventrículo-peritoneal. Também há a melhora na função motora dos membros inferiores.

Sendo assim, há menor incidência de hidrocefalia e, em muitos casos, pode não haver a necessidade de implantar uma válvula ventrículo-peritoneal de drenagem no recém-nascido.

O tratamento intrauterino da Mielomeningocele não leva à cura da doença. No entanto, diminui muito os efeitos deletérios resultantes dela. Os benefícios da correção intrauterina podem ser notados no desenvolvimento da criança, pois persistem até a idade escolar.

 

Casos reais de diagnóstico pré natal da Mielomeningocele, seguidos por correção intrauterina

Nos últimos meses, compartilhamos em nosso Blog alguns casos reais de intervenções intrauterinas realizadas pela nossa equipe de Cirurgia Fetal em Curitiba.

Entre eles, a primeira Cirurgia Fetal de Mielomeningocele pelo SUS no Paraná, que você pode conferir neste link

Também a primeira Cirurgia Fetal de Mielomeningocele, diagnosticada por Hidrocefalia, realizada em Curitiba.

Assim, somamos esforços junto aos pacientes, médicos responsáveis por acompanhar a gestação, e com toda a sociedade, em prol do melhor diagnóstico e tratamento desta malformação.

Recentemente, membros de nossa equipe tiveram a oportunidade de participar do 1º Simpósio Superando a Mielomeningocele: abordando Aspectos Urológicos e Tratamentos, sobre o qual você também pode ler mais no link. 

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