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3 fatores para a indicação de uma técnica de Cirurgia Fetal

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Existem diversos tipos de malformações congênitas, que chegam a ser registradas em até 4% das gestações. Em muitos casos, já é possível realizar o tratamento intrauterino. Mas ainda é baixo o número de diagnósticos precoces, realizados com tempo suficiente para a indicação de uma técnica de Cirurgia Fetal.

Hoje, contamos com diferentes técnicas para o acesso e abordagem da cavidade uterina, indicadas caso a caso. Entre elas, a Cirurgia Fetal endoscópica ou fetoscopia, a Cirurgia Fetal a céu aberto e o EXIT – Procedimento Intraparto Extrauterino.

A fetoscopia é uma técnica minimamente invasiva, realizada com o auxílio de um endoscópio de fibra óptica. Já a Cirurgia Fetal a céu aberto é baseada na abertura do abdome materno, com exposição do útero e abordagem direta do feto. O EXIT é uma técnica de extração parcial do feto, por via abdominal, que é indicada no final gestação.

Médicos obstetras, diante de um caso de suspeita de malformação fetal, assim como as gestantes, devem observar 3 fatores importantes para a indicação de uma das diferentes técnicas de Cirurgia Fetal

1. Diagnóstico precoce: 

A maior parte das malformações tratáveis tem prazos relativamente curtos para que os ganhos da abordagem intrauterina compensem os riscos. A idade gestacional é o principal fator para viabilizar a correção, entre outros dados importantes, estudados caso a caso. 

Assim, o pré-natal é fundamental para a prevenção e detecção precoce de patologias, maternas e fetais. Por isso é tão importante que as gestantes fiquem atentas a todas as orientações do médico que fará o acompanhamento. 

Desde a primeira consulta são pesquisados indicadores que possam alterar o desenvolvimento do feto. Além da avaliação do histórico clínico e do exame físico da gestante, são solicitados diferentes exames, ainda no 1º trimestre da gestação. 

2. Encaminhamento para um centro especializado 

Diante de uma suspeita de malformação fetal com potencial para tratamento intrauterino, hoje, no Brasil, são poucos os centros especializados capazes de prestar a assistência necessária. É importante acompanhar o desenvolvimento fetal com exames minuciosos, garantindo a melhor observação do feto e da doença. 

Os exames de ultrassom, por exemplo, tão fundamentais durante o pré-natal, passam a ser cruciais. Em centros especializados, a certeza de detecção pode ser até três vezes maior. Isso porque além de contarem com equipamentos de qualidade superior, são compostos por profissionais especialmente capacitados e treinados. 

Além disso, muitas malformações são de difícil diagnóstico, o que exige um olhar  experiente e atencioso. Em várias situações, o defeito em si não está exposto, mas existem sinais indiretos de sua presença. Assim, encaminhar a gestante para um destes centros fará a diferença para que seja possível a cirurgia fetal no tempo indicado.

 

3. Exames genéticos

Em casos de malformações fetais, é fundamental afastar síndromes genéticas. Isso porque se o defeito estiver associado a distúrbios genéticos, como as anormalidades cromossômicas, não há indicação de correção intrauterina.  

Assim, os exames genéticos são indicados com o propósito de avaliar se há essa ocorrência. Para a obtenção de material para o estudo genético, pode-se fazer Biópsia de vilo corial, a Amniocentese e a Cordocentese. 

A Biópsia de vilo corial tem como propósito a análise de células placentárias, sendo mais indicada em fases iniciais da gestação. Após identificar a posição da placenta, uma agulha é introduzida pelo abdome para a coleta de fragmentos do tecido placentário, posteriormente analisado em laboratório.

A Amniocentese é realizada por punção, para obter uma amostra do líquido amniótico. O aparelho de ultrassom guia a agulha pelo abdome materno, até a cavidade amniótica. Assim, é possível aspirar o líquido que, posteriormente, é enviado para análise.

Já a Cordocentese prevê a coleta de uma amostra de sangue do feto, a partir do cordão umbilical. A agulha também é guiada pelo ultrassom, até a zona de união entre o feto e a placenta. Dessa forma, o sangue pode ser diretamente coletado.

Como definir a técnica de Cirurgia Fetal mais indicada

Quando um diagnóstico de malformação fetal é confirmado, e são afastadas as suspeitas de anormalidades cromossômicas, inicia-se uma corrida contra o tempo. A técnica de Cirurgia Fetal mais indicada dependerá do tipo e grau da malformação, assim como da idade gestacional e condições da mãe e do feto. 

Em casos de Mielomeningocele, uma das malformações mais comuns, a correção deve ser acontecer até a 27ª semana. Pode ser utilizada a técnica de Cirurgia Fetal a céu aberto, com abordagem corretiva feita diretamente no feto, ou por fetoscopia, tornando a cirurgia menos invasiva.  

Já em casos de Síndrome da transfusão feto-fetal, uma das malformações congênitas que pode ocorrer em gestações gemelares monocoriônicas, a abordagem deve ser feita até a 26ª semana da gestação. A técnica utilizada é um procedimento chamado Ablação de Anastomoses Placentárias, também realizado por fetoscopia. 

Na Hérnia Diafragmática Congênita, terceira maior em incidência, o tratamento é feito por cirurgia de Oclusão traqueal fetal, capaz de expandir o pulmão comprimido. Geralmente, é realizado entre a 24ª e 28ª semanas de gestação, também por via fetoscópica.

Se você tem interesse por esta área do conhecimento, aproveite para ler também as nossas recentes publicações na Revista CIPERJ, com resumos disponibilizados em nosso Blog. Até a próxima!

  1. O que estamos fazendo atualmente na Cirurgia Fetal
  2. Ética em Cirurgia Fetal 
  3. Anestesia para Cirurgia Fetal