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4 casos de Cirurgia Fetal de sucesso realizados pela nossa equipe

Embora ainda tenha muito a se desenvolver, especialmente em termos de saúde pública, a Cirurgia Fetal no Brasil já comemora resultados expressivos. Nossa equipe tem percebido a necessidade de mostrar alguns casos de Cirurgia Fetal reais, bem sucedidos, para a comunidade médica e para a sociedade. 

Recentemente, disponibilizamos em nosso Blog três artigos detalhados sobre pacientes tratados em Curitiba. Dois casos de Mielomeningocele, bem diferentes um do outro, e um de Síndrome da Transfusão Feto Fetal. Assim, esperamos contribuir para disseminar o conhecimento e acesso a esta que é uma atuação tão promissora da Medicina.

Hoje, trouxemos para você um resumo destes 4 casos, com uma visão geral sobre os principais desafios e ganhos em cada um deles. Esperamos que a leitura seja agradável e contribua para a sua visão acerca dos tratamentos intrauterinos que, quando indicados, são capazes de proporcionar melhor qualidade de vida para as crianças e suas famílias.

 

Casos de Cirurgia Fetal para correção da Mielomeningocele 

  1. Mielomeningocele diagnosticada por Hidrocefalia

 

A Mielomeningocele, ou espinha bífida, é um tipo de malformação fetal geralmente diagnosticada via ecografia morfológica, entre 18 e 22 semanas de gestação. Sua presença pode ser percebida pela visualização direta do defeito, localizado na espinha dorsal. Ou, em alguns casos, por sinais indiretos, como alterações na cabeça do feto. 

A Hidrocefalia pode ser um deles. Ela se dá por acúmulos de líquidos na cabeça, que provocam danos nas estruturas encefálicas. Essa condição, durante a formação do feto pode acarretar em deformidades cranianas e sintomas físicos que limitam a vida plena. 

Assim, em pode haver a necessidade de implantar uma válvula peritoneal de drenagem no recém-nascido, além de outras intervenções pediátricas.  

Em 2017, a equipe Cirurgia Fetal conduziu um caso de Cirurgia Fetal com tratamento intrauterino de Mielomeningocele. Ela foi diagnosticada por meio de uma Hidrocefalia grave, ainda na 12ª semana de gestação. Também foi percebida uma leve atrofia nas pernas do feto. 

Como a Hidrocefalia foi diagnosticada cedo, as chances de revertê-la eram significativas. O maior ganho de corrigir essa malformação ainda no útero é o fato de que o corpo ainda está em formação. Assim, poderá seguir se desenvolvendo sem a presença do defeito.

A Cirurgia Fetal foi realizada com sucesso, na 26ª semana da gestação. Durou cerca 3 horas e meia, sem intercorrências. Após o procedimento, o desenvolvimento do feto foi acompanhado rigorosamente, até a 33ª semana.

Duas semanas depois, já era possível visualizar melhoras expressivas nas condições da Hidrocefalia, e também da Mielomeningocele. 

O bebê nasceu bem, apesar de prematuro. A Hidrocefalia foi completamente restaurada, sem a necessidade de implante de válvula, ou de qualquer outra abordagem cirúrgica. A atrofia nas pernas também não progrediu, mantendo-se apenas como já estava antes da intervenção. 

Passados dois anos da Cirurgia Fetal de Mielomeningocele, a criança está se desenvolvendo bem.

Leia o caso na íntegra clicando aqui. 

 

  1. Mielomeningocele pelo SUS Paraná

 

Este é mais um dos casos de Cirurgia Fetal para correção da Mielomeningocele a ser comemorado. No início de 2019, após o diagnóstico, uma gestante de Cascavel/PR conseguiu viabilizar, mediante ação judicial e concessão de medidas liminares, a primeira Cirurgia Fetal de Mielomeningocele pelo SUS no Paraná.

Ao realizar um exame pré-natal de rotina, quando completava 22 semanas de gestação, durante a ultrassonografia, suspeitou-se de uma Agenesia de Cerebelo. Os médicos da cidade, responsáveis pelo pré-natal, avaliaram que o quadro apontava um feto incompatível com a vida. 

Inconformada com o laudo, a família foi em busca de outras opiniões que pudessem contradizer a este desfecho trágico. E, após algumas semanas, surgiu a resposta. 

A equipe especializada em Cirurgia Fetal constatou tratar-se de uma Mielomeningocele: nesta malformação, o Cerebelo tem uma aparência um pouco diferente, por isso a confusão com o diagnóstico de Agenesia.

A paciente chegou a Curitiba com 25 semanas de gestação. Ou seja, limite do prazo para a realização de uma intervenção intrauterina. A correção de Mielomeningocele tem sido realizada entre 20ª a e 26ª semanas, pois o reparo neste período minimiza o intervalo de tempo durante o qual o dano neuronal à medula exposta pode ocorrer.

Foi concedida uma primeira liminar, determinando que o Estado do Paraná e a União adotassem diligências administrativas de máxima urgência e prioridade para viabilizar a cirurgia pelo SUS. Inclusive transporte, internação e demais cuidados médicos necessários, no prazo de 12 horas.

Após mais trâmites judiciais, e no âmbito da Secretaria de Saúde, o procedimento finalmente pôde ser realizado por integrantes da nossa equipe, no Hospital do Trabalhador.  Participaram um Neurocirurgião, Anestesiologista, especialistas em Medicina Fetal e Cirurgião Pediatra com treinamento em Cirurgia Fetal. 

A cirurgia, realizada em maio, foi um sucesso. Teve duração média de 4 horas, sem intercorrências. O defeito da coluna do feto foi fechado. Ao final do procedimento a gestante seguiu para a UTI, onde ficou em observação por três dias e, mais um dia no quarto. Durante estes quatro dias, nossa equipe médica responsável realizou acompanhamento integral.

No dia 06 de junho, realizou-se o primeiro exame ultrassonográfico pós-cirúrgico, confirmando que a evolução era favorável.

A cirurgia intrauterina para Mielomeningocele reduziu substancialmente o risco de hidrocefalia e a necessidade de derivação ventricular. Também é esperado o desenvolvimento de boa função motora.

Leia o caso na íntegra clicando aqui. 

 

  1. Dois casos de Cirurgia Fetal para tratamento da Síndrome da Transfusão Feto Fetal (STFF)

 

A Síndrome de Transfusão Feto Fetal, também chamada de STFF, afeta cerca de 10 a 15% das gestações gemelares monocoriônicas. Os casos de Cirurgia Fetal para tratamento desta malformação são, geralmente, muito bem sucedidos.  

Esse tipo de gestação é caracterizado pela presença de dois fetos dividindo uma única  placenta. A Síndrome ocorre quando há passagem de sangue de forma desequilibrada entre um feto (doador) e o outro feto (receptor).

Nossa equipe teve a oportunidade de tratar, com sucesso, alguns casos de STFF no Estado do Paraná. Apresentamos aqui dois desses casos de Cirurgia Fetal para STFF. No primeiro, o tratamento precoce tornou possível salvar ambos os gêmeos, que já completaram 1 ano e 7 meses de idade. No segundo, um dos fetos veio a óbito. O outro nasceu prematuro, mas recupera-se bem.

No primeiro caso, o procedimento de Ablação de Anastomoses Placentárias teve a duração de cerca de 40 minutos. As cauterizações foram feitas com sucesso. A única intercorrência foi o rompimento do septo interamniótico, fazendo com que além da mesma placenta, os gêmeos passassem a compartilhar o mesmo saco gestacional. 

Um dos gêmeos nasceu sem respirar e precisou ser entubado. O outro nasceu respirando bem. Após 20 dias de CTI, ganharam peso e receberam alta. Hoje, completam 1 e 7 meses, desenvolvendo-se plenamente. 

No segundo caso, o diagnóstico não foi tão precoce, e o quadro já era muito grave. A STFF  foi confirmada com 20 semanas e dois dias de gestação. O procedimento foi realizado na 21ª semana, levando cerca de 1 hora, sem apresentar intercorrências. 

Três dias depois, constatou-se, via ecografia, que um dos fetos havia falecido, mas o segundo se recuperava bem.  

Na 25ª semana, constatou-se que o líquido amniótico não havia se refeito e o feto estava em sofrimento. Assim, foi realizada uma cesariana de emergência. O bebê nasceu bem, mas foi entubado para ajudar no processo respiratório. Hoje completa 7 meses de vida e desenvolve-se bem.

Leia os casos na íntegra clicando aqui. 

 

Casos de Cirurgia Fetal para tratamentos de malformações fetais

 

Seguiremos trazendo, em nosso Blog, e em publicações científicas, outros casos de Cirurgia Fetal realizados no Brasil. Assim, esperamos contribuir também, e especialmente, para diagnósticos mais precoces e precisos.

Sabemos que ainda há muito a ser feito para que as famílias tenham o direito de escolha pelo tratamento nos casos em em que são indicados. Por isso, consideramos fundamental unir forças com a comunidade médica, pacientes e toda a sociedade, para que a saúde pública possa garantir a estrutura necessária.

Se você é médico(a), gestante, estudante ou familiar, sinta-se à vontade para entrar em contato com os nossos especialistas em Curitiba. Para continuar acompanhando as nossas publicações, inscreva-se na newsletter de nosso site, e siga a Cirurgia Fetal nas redes sociais.