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Tratamentos intrauterinos e mortalidade perinatal

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A mortalidade perinatal é um índice usado para analisar o número e as condições de óbito em período fetal e período neonatal precoce (primeiros sete dias de vida do bebê).

No Brasil, as principais causas de mortalidade perinatal estão relacionadas à prematuridade, asfixia, infecções intra-uterinas, toxemia gravídica e malformações fetais múltiplas.

Porém, graças a uma história de estudos clínicos e experimentais em fisiologia e fisiopatologia fetal e neonatal, já é possível tratar algumas dessas doenças de malformação durante a gestação.

Continue acompanhando este post para saber mais sobre os procedimentos fetais podem ser utilizados para alguns tipos de malformações fetais.

Malformações fetais com alta mortalidade perinatal

É importante lembrar que nem todas as malformações fetais podem levar ao óbito perinatal. Em nosso site temos uma breve explicação de várias doenças fetais, basta clicar aqui.

Mas, nesse artigo, especificamente, falaremos sobre as doenças de malformação fetal que podem levar à mortalidade perinatal.

E, especialmente, quais delas podem ter indicação de tratamento por Cirurgia Fetal.

Ou seja, traremos algumas alternativas de tratamento para casos específicos.

Hérnia Diafragmática Congênita

É um defeito no diafragma – músculo que separa o tórax (coração e pulmões) do abdome (estômago, intestino e outras vísceras). Quando isso acontece, o que está no espaço do abdome sobe para o tórax, impedindo o desenvolvimento adequado dos pulmões. Eles acabam ficando menores do que deveriam ser (hipoplasia pulmonar).

Tratamento indicado: Oclusão Traqueal Fetal

O procedimento consiste na introdução de um balão, inserido por fetoscopia, que permite o desenvolvimento do pulmão e melhora a chance de sobrevida neonatal.

Ele não corrige a hérnia propriamente dita, mas essa correção acontece em uma nova cirurgia, após o nascimento, quando o bebê tiver a melhor condição clínica possível.

Anemia Fetal pode causar a mortalidade perinatal

Essa doença acontece quando o sangue do feto tem uma quantidade de hemoglobina menor do que o necessário para correto desenvolvimento.

A condição é geralmente resultado da diminuição das hemácias, por causa imunológica de incompatibilidade sanguínea, o que pode levar à mortalidade perinatal.

As anemias mais comuns são a Rh ou infecciosa.

O diagnóstico é feito por meio da ecografia, por meio da qual é possível observar que o sangue fetal anêmico tem velocidade aumentada na artéria cerebral média.

Tratamento indicado: Transfusão Sanguínea Fetal

Para iniciar o procedimento, realiza-se uma punção da pele do abdome materno com agulha. Por meio de uma ecografia em tempo real, punciona-se cordão umbilical para inserir o volume de concentrado de hemácias necessário para o caso.

Desse modo, a Transfusão Sanguínea Fetal dispensa incisões e o não envolve trauma tecidual significante.

Teratoma Sacrococcígeo

É um tumor causado pelo crescimento anormal das células germinativas. Ele se desenvolve a partir do cóccix do feto, e quando atinge grandes proporções, pode sobrecarregar o coração.

Desa forma, a sobrecarga pode evoluir para insuficiência cardíaca, hidropisia (inchaço generalizado) e até óbito. O diagnóstico também é feito por meio da ecografia, ao identificar o tumor propriamente dito associado a sinais de insuficiência cardíaca do feto.

Tratamento indicado: Cirurgia Fetal a Céu Aberto

É uma técnica operatória que consiste na abertura do abdome materno, exposição e abertura do útero, e abordagem direta no local de interesse no feto. A incisão parece com uma cesária, entretanto após a cirurgia o bebê permanece dentro da barriga da mãe.

Para gestações gemelares monocoriônicas:

Síndrome da Transfusão Feto-Fetal e mortalidade perinatal

É uma complicação que pode acontecer quando os dois fetos estão na mesma placenta, porém em bolsas diferentes, e surge um desequilíbrio de fluxo de sangue entre eles. Dessa forma, um feto recebe mais sangue que o outro.

É possível identificar a Síndrome por meio do ultrassom, com a observação de diferenças na quantidade de líquido amniótico, enchimento das bexigas urinárias, alterações hemodinâmicas e cardíacas.

Portanto, a falta de tratamento pode fazer com que um ou ambos os fetos evoluam para o óbito.

Tratamento indicado: Ablação Fetoscópica à Laser

O procedimento, que trata a malformação e evita a mortalidade perinatal, consiste em uma punção percutânea e na introdução do fetoscópio e fibra de laser.

Desse modo, os médicos localizam as anastomoses vasculares na superfície da placenta, e enfim, podem realizar cauterização, para não haver a má distribuição de sangue. Esta cirurgia é minimamente invasiva.

Sequência TRAP

Quando os fetos compartilham a mesma placenta pode ter predomínio de vasos arteriais comunicando-os diretamente, causando uma “queda de braço” entre os corações fetais.

Quando um vence, há inversão do fluxo arterial na circulação do outro, que leva à reabsorção do coração e, frequentemente, do sistema nervoso central, transformando-o em uma massa fetal amorfa.

Essa massa pode continuar crescendo e sobrecarregar o coração do feto remanescente. Desse modo, ela acaba gerando insuficiência cardíaca, hidropsa fetal e até o óbito.

Tratamento indicado: Fetoscopia a laser ou por eletrocautério bipolar

A ablação da circulação nutridora da massa fetal parasita, é realizada por Fetoscopia a laser ou por eletrocautério bipolar, guiado por ecografia. Por fetoscopia,  o procedimento é minimamente invasivo e também evita a mortalidade perinatal.

Feito por uma punção na barriga da mãe para introdução de fetoscópio, que dá a imagem e localização de partes do corpo do feto, permitindo a navegação até a área de interesse.

 

Para conhecer casos reais de tratamentos intrauterinos realizados pela nossa equipe, navegue pelo Blog da Cirurgia Fetal.