O crescimento do bebê acontece dentro do chamado saco amniótico, composto pelo líquido amniótico e por membranas que envolvem a bolsa. Essas membranas têm propriedades importantes para que para que não aconteçam aderências e estrangulamentos do feto, nem do cordão umbilical. Porém, em algumas condições, essas aderências acontecem. E aí surge o que chamamos de Brida Amniótica, ou Síndrome da Banda Amniótica. Nesses casos, partes do corpo do feto podem ficar presas e garroteadas, comprometendo a circulação sanguínea e causando deformidades.
O diagnóstico é feito por meio do exame ultrassonográfico. O tratamento feito ainda durante o desenvolvimento fetal, dentro do útero, é feito por meio de uma Cirurgia Fetal Endoscópica, conhecida como Lise de Brida Amniótica.
Para entender um pouco mais sobre a malformação de Brida Amniótica, continue acompanhando este post.
Como acontece a malformação fetal de Brida Amniótica?
O saco amniótico – onde acontece o desenvolvimento do feto – é composto por duas camadas. A externa, reveste todo o útero, enquanto a interna, a qual chamamos de âmnio, fica mais próxima do feto. Dentro desse “espaço”, formado também por membranas que envolvem a bolsa, o feto flutua no líquido amniótico.
A Brida Amniótica acontece quando o âmnio tem alguma ruptura, e as membranas, que funcionam como um cordão fibroso, ficam soltas junto com o feto. Assim, partes do corpo do feto podem ficar presas e garroteadas, comprometendo a circulação sanguínea e podendo causar outras consequências, como:
- Anéis de compressão ao redor dos braços, pernas e dedos;
- Linfedema congênito;
- Amputação congênita de dedos, braços e pernas;
- Deformidades do pescoço, ou do rosto, como lábio leporino ou fenda palatina;
- Ou até casos fatais, quando as bridas amnióticas envolvem regiões vitais para o feto, como o próprio cordão umbilical.
É importante ressaltar que a causa da Brida Amniótica ainda não pode ser explicada, e não foram encontrados fatores genéticos ou hereditários envolvidos nesta condição.
Como é feito o diagnóstico da Brida Amniótica?
O diagnóstico de Brida Amniótica é realizado por meio de exame de ultrassom que permite a visualização direta de membros com mobilidade limitada ou com alterações do fluxo sanguíneo. Ele também possibilita a análise de possíveis deformidades no feto.
Alguns fatores podem prejudicar a imagem do exame, como a posição do feto, as características do líquido amniótico, a atenuação do som nos tecidos maternos, entre outros.
Como é feito o tratamento da Brida Amniótica?
A Cirurgia Fetal pode ser uma opção de tratamento da Brida Amniótica por meio da técnica de Fetoscopia. Assim como a maior parte dos procedimentos fetais, é necessária uma avaliação prévia, além de análise cuidadosa e seriada por ecografia fetal no acompanhamento pós-operatório.
Lise de Brida Amniótica:
Esse procedimento é minimamente invasivo e consiste na lise das membranas que prejudicam alguma parte do corpo do feto. É realizado sob anestesia local, por meio de punção, ou anestesia peridural somada à sedação materna. Dependendo das condições técnicas, o feto também pode receber anestesia. Nesse caso, por injeção intramuscular, guiada por ecografia.
Durante a cirurgia, uma cânula de 3 mm é colocada por via percutânea e é introduzido o fetoscópio, por onde passa a fibra óptica acoplada à fonte de laser. Sob visão fetoscópica, o cirurgião fetal navega pela área de interesse, até encontrar a brida amniótica em questão. Em seguida, ele dispara o laser para romper essa membrana.
O procedimento pode ser feito em regime de hospital-dia. Ou seja, internamento, cirurgia e alta no mesmo dia. Ou eventualmente alta postergada para o dia seguinte. Não é comum, mas pode haver a necessidade de mais de um procedimento durante a gestação.
Sobre a Cirurgia Fetal
Além do suporte diagnóstico e terapêutico fetal, realizamos um acompanhamento multiprofissional, desde o diagnóstico até a indicação de uma Cirurgia Fetal, estendendo-se ao tratamento após o nascimento.
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