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Correção intra uterina da Mielomeningocele: Fetoscopia ou Céu Aberto?

Correção intra uterina da Mielomeningocele

Fetoscopia ou Céu Aberto são duas técnicas de Cirurgia Fetal para correção intra uterina da Mielomeningocele, malformação também conhecida como Espinha Bífida Aberta. 

Essa doença consiste em um defeito na formação das meninges e medula espinhal do feto, que deixam os arcos vertebrais abertos.

Desse modo, algumas consequências da Mielomeningocele são:

  • Hidrocefalia ou acúmulo de líquido no cérebro do bebê, presente em 80% a 90% dos casos de Mielomeningocele; 
  • Malformação de Chiari Tipo II, uma alteração estrutural e morfológica do rombencéfalo (parte do tronco encefálico que forma o que chamamos de cérebro posterior);  
  • Paralisia dos membros inferiores e outras dificuldades motoras; 
  • Bexiga neurogênica, que pode resultar em incontinência urinária, por exemplo;  
  • Intestino neurogênico que pode resultar em uma disfunção intestinal, principalmente com incontinência fecal; 
  • Outros prejuízos neurológicos, com possíveis graus de retardo mental. 

Mundialmente, os casos de Mielomeningocele atingem 0,1 a 10 em cada 1.000 nascidos vivos. Esse número tem relação com as regiões de baixo desenvolvimento sócio-econômico, segundo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2003.

Nesta ocasião, o Brasil ocupava o quarto lugar com maior incidência de Mielomeningocele entre os 41 países estudados, com taxa de 1,139 para cada mil nascidos vivos.

  

Como foi desenvolvida a correção intra uterina da Mielomeningocele?

Até o fim dos anos 90, a correção de Mielomeningocele era feita exclusivamente no momento do nascimento, com outros tratamentos ao longo da vida. Apesar da cirurgia, quase 14% dos casos não viviam além dos 5 anos de idade.  

Entretanto, estudos realizados em animais comprovaram que a correção de Mielomeningocele durante a gravidez apresentava resultados melhores que a correção pós-natal.

O procedimento intra uterino apresentou como resultado a melhora das condições motoras, e diminuição da necessidade de derivação ventrículo-peritoneal. 

 

No que consiste o MOMS?

Em 2003, os centros médicos que realizavam Cirurgia Fetal nos Estados Unidos concordaram em parar de fazer a cirurgia.

A decisão tomada tinha como objetivo comparar, por meio do estudo MOMS (Management of Myelomeningocele Study), a segurança e eficácia da Cirurgia Fetal em relação ao reparo até então tradicional, feito após o nascimento.  

Na Cirurgia Fetal, o reparo consistiu na abertura da parede abdominal materna, expondo o útero.

Ou seja, este era aberto com um grampeador especial que impedia as membranas ovulares de descolarem. Então, a equipe médica realizava o reparo do defeito do feto, reinseria o líquido amniótico e, por fim, fechava o útero e a parede abdominal materna.  

Entretanto, pesquisadores interromperam o estudo antes do seu fim. Isso porque conseguiram comprovar a eficácia da Cirurgia Fetal, que apresentava a melhora do desenvolvimento mental e função motora, além de outros resultados importantes, foram observados.

Apesar de também ser associada a um risco maior de parto prematuro e deiscência uterina no parto, desde 2011, há evidência científica de que o tratamento intrauterino da Mielomeningocele é superior ao tratamento pós-natal. 

No estudo MOMS a cirurgia intrauterina foi realizada a céu aberto, e portanto, desde da publicação deste estudo, em 2011, a cirurgia intrauterina a céu aberto é o padrão ouro para a correção da mielomeningocele 

 

Fetoscopia ou Céu Aberto: qual é a técnica mais usada para correção intra uterina da Mielomeningocele?

Ao tentar diminuir as possíveis complicações da Cirurgia a Céu Aberto, principalmente ao potencial obstétrico materno, pesquisadores médicos iniciaram o desenvolvimento da Cirurgia Fetoscópica para correção intra uterina da Mielomeningocele

Mas, as primeiras tentativas, com insuflação dentro do útero de CO2, tiveram resultados negativos.

Com isso, pesquisadores na Europa e no Brasil desenvolveram a técnica Fetoscópica Percutânea, mas esta apresenta altas taxas de ruptura pré-parto de membranas e aumento da incidência de parto prematuro.  

Além disso, também foi desenvolvido o método Fetoscópico Aberto, pelo Dr José Luis Peiró, na Espanha. Nele o útero é exteriorizado e os trocateres e o fetoscópio são introduzidos apenas através da parede uterina, resultando em menos mobilização das membranas.

Por isso, médicos que optam pela cirurgia minimamente invasiva usam mais esta técnica.

Apesar disso, é importante ressaltar que pesquisadores ainda consideram a Fetoscopia uma técnica experimental, já que não houve estudo prospectivo randomizado comparando com a técnica a Céu Aberto, para garantir que a mesma pode alcançar os mesmos benefícios descritos pelo estudo MOMS.  

 

O que podemos concluir sobre a comparação entre as técnicas de Fetoscopia ou Céu Aberto?

  1. Pesquisadores do estudo MOMS consideram a Cirurgia Fetal a Céu Aberto padrão-ouro para correção da mielomeningocele.
  2. A técnica de Fetoscopia ainda é experimental, havendo necessidade de realização de novos estudos para determinar se os benefícios podem se aproximar aos da técnica de Céu Aberto.  
  3. Ao optar pelo procedimento de Fetoscopia, médicos realizam a “técnica fetoscópica aberta”, a que expõe o útero materno.  
  4. Médicos têm cada vez mais abandonado a “técnica fetoscópica percutânea”, pois esta apresenta altas taxas de trabalho de parto prematuro.  
  5. Principalmente por conta da Cirurgia Fetal a Céu Aberto, os resultados do tratamento intrauterino para a Mielomeningocele são superiores ao procedimento pós-natal. 

Acesse nosso Blog e conheça alguns casos de Cirurgia Fetal a Céu Aberto para correção intra uterina da Mielomeningocele. Caso tenha alguma dúvida, entre em contato conosco.

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