Para a correção de hérnia diafragmática congênita, os médicos cirurgiões observam a formação do corpo humano como a montagem de um quebra-cabeças, onde cada peça tem seu lugar específico. Assim, elas se conectam umas às outras, construindo um organismo.
Ou seja, quando algo está no lugar errado, as consequências podem ser muito perigosas, sendo justamente mais ou menos isso que acontece com a Hérnia Diafragmática Congênita: uma malformação fetal no diafragma que faz com que os órgãos, que deveriam estar na cavidade abdominal, fiquem na cavidade torácica, ocupando espaço e impedindo o desenvolvimento adequado do pulmão.
A boa notícia é que, graças aos avanços na tecnologia e nas técnicas de Medicina e Cirurgia Fetal, existe um tratamento que, apesar de corrigir o defeito no diafragma, possibilita o desenvolvimento pulmonar – que é a oclusão traqueal fetal. E, na Cirurgia Fetal, temos uma equipe multidisciplinar especializada e preparada para realizar esse tratamento intrauterino e também a correção pós natal da Hérnia Diafragmática Congênita.
Então, para conhecer a história de uma delas, e saber alguns detalhes que foram fundamentais para garantir os resultados positivos, continue acompanhando este post!
A descoberta da Hérnia Diafragmática Congênita
Durante um exame de ultrassom feito por volta do quarto mês de gestação, a médica que acompanhava essa família apresentou dificuldades para encontrar o estômago do bebê. Desconfiada, solicitou um segundo exame para confirmar o que havia visto.
Desse modo, aos cinco meses, a partir de um ultrassom morfológico, foi confirmado que não era possível avistar o estômago do feto – e apenas em um novo exame no Centro de Medicina Fetal detectou que ele tinha uma Hérnia Diafragmática Congênita.
Foi um susto, como é de se esperar. Além da confirmação da malformação fetal no novo bebê, eles ainda precisaram se preocupar com a ausência de plano de saúde para a gestante, por conta de um equívoco do responsável pela operadora.
Muitas pesquisas, incertezas e, por fim, a esperança
Então, a partir daí, começou a corrida contra o tempo para encontrar uma equipe que pudesse realizar a cirurgia para corrigir HDC.
Primeiro, a família recebeu indicações de um hospital em São Paulo, no qual fizeram vários exames – nenhum pouco animadores. Chegaram a agendar a correção de Hérnia Diafragmática Congênita, mas não tinham condições de ficar o tempo necessário em outra cidade, e precisaram voltar para casa, em Florianópolis.
O pai sugeriu buscarem amparo no Rio Grande do Sul. A família acatou a ideia e foi atrás de vários hospitais no estado, mas nenhum deles faria o procedimento ainda durante a gestação. Foi aí que uma médica de Porto Alegre indicou o especialista da nossa equipe, que atua em Blumenau e em Curitiba. Apesar do medo de perder o prazo da cirurgia, decidiram entrar em contato com ele.
O médico solicitou que a família enviasse todos os exames e explicou, com todos os detalhes necessários, como seria a cirurgia para corrigir HDC. Como a gestante não tinha plano de saúde, combinaram que fariam a cirurgia em Curitiba, mas voltariam para Blumenau para fazer o acompanhamento com o novo médico do caso.
Plano de Saúde para correção de Hérnia Diafragmática Congênita: um desafio à parte
Por fim, a família optou por ir diretamente para Blumenau. E, de lá, contrataram um advogado especialista, que indicou retomar o contato com o plano de saúde. Valeu a pena, pois, desta vez, a operadora conseguiu constatar e contornar o problema anterior.
Dessa forma, no dia seguinte, a gestante estava com o número do plano para seguir com o procedimento intrauterino de correção de hérnia diafragmática congênita
Depois disso, a operadora ainda negou a cobertura da cirurgia para corrigir HDC. Mas o advogado da família recorreu e ganhou o caso.
A importância da conexão com o Médico Fetal
Era hora de corrigir a malformação!
O médico fez uma primeira cirurgia de Oclusão Traqueal Fetal, que consiste na introdução, por meio do fetoscópio e microcateter, de um balão ocluindo a traqueia. Na 35ª semana, o balão foi retirado para o nascimento do bebê.
Manter a saúde emocional não foi fácil. Mas a família esteve por perto o tempo todo, o que fez a diferença. Além disso, a conexão criada com o médico e com toda a equipe de medicina fetal deste caso foi fundamental para tranquilizar a família. As dúvidas eram esclarecidas com cuidado e atenção aos detalhes.
Depois da tempestade, veio a alegria
O bebê nasceu de parto cesárea. Tudo ocorreu bem. Ainda era preciso passar por um novo procedimento, para corrigir de fato a hérnia diafragmática e colocar os órgãos do bebê no lugar, mas ele tirou de letra!
Depois de 15 dias na UTI, sob observação, a família pode passar a Páscoa reunida. O bebê vai completar dois aninhos agora em março, está 100% saudável, feliz e sem sequela alguma.
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