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Os avanços da Cirurgia Fetal no Brasil

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A história da Cirurgia Fetal efetivamente começou na década de 1980, a partir da união de procedimentos da Cirurgia Pediátrica com a Obstetrícia, especificamente da Medicina Fetal. De lá para hoje, muitos desafios e conquistas impactam nos avanços da Cirurgia Fetal.

O Dr. Michael Harrison, cirurgião pediatra da Universidade de São Francisco é considerado o “pai da Cirurgia Fetal”, e foi quem ajudou a estabelecer os pilares do tratamento cirúrgico em fetos.

Primeiramente, todos os procedimentos eram feitos a céu aberto. Mas o constante desenvolvimento das técnicas tem possibilitado executar procedimentos cada vez menos invasivos. Hoje, já é possível realizar alguns procedimentos 100% por fetoscopia – com a utilização de um fetoscópio tanto para avaliar, quanto para tratar o feto.

A partir dos avanços da Cirurgia Fetal, médicos e cirurgiões são capazes de ajudar a salvar mais vidas e proporcionar qualidade de vida a milhares de bebês e famílias no Brasil e no mundo.

Critérios para a realização de Cirurgia Fetal

Para que possa ser realizada, a Cirurgia Fetal depende de alguns critérios importantes.

Entre eles, um diagnóstico precoce e acurado, com a exclusão de anomalias maiores associadas, assim como a ausência de um possível tratamento pós-natal efetivo para a resolução do problema.

Também devem se tratar de doenças já bem documentadas e com prognóstico estabelecido.

A realização das intervenções intrauterinas só é permitida em centros especializados, dentro dos protocolos aprovados pelo Comitê de Ética local, e com o consentimento da mãe.

Fatores para o avanço da Cirurgia Fetal

Para que a Cirurgia Fetal continue avançando, o desenvolvimento de determinadas ações é importante. Entre essas ações pelas quais trabalhamos diariamente, podemos destacar:

  • O desenvolvimento contínuo de novas técnicas e ferramentas, com o apoio da tecnologia e modelos experimentais. E que as mesmas sejam validadas por diversos centros, e se possível, através de estudos clínicos randomizados.
  • Estabelecimento de equipes multidisciplinares com obstetras, cirurgiões pediatras, neonatologistas, neurocirurgiões, cirurgiões cardíacos, anestesiologistas, fisioterapeutas, enfermeiros, entre outros especialistas com conhecimentos para tratar gestante e feto, além do tipo de malformação em questão.
  • A evolução dos diagnósticos da Medicina Fetal, para que sejam cada vez mais precoces e precisos, apoiando as equipes multidisciplinares a entenderem a melhor abordagem para cada caso tratado.
  • O acesso à cirurgia fetal para todos, que os procedimentos fetais constem no rol da cobertura obrigatória na ANS e que sejam cobertos também pelo SUS.

Fetoscopia na Cirurgia Fetal

Procedimentos como a Fotocoagulação a Laser de Anastomoses Placentárias, a Oclusão Endotraqueal Fetal por Balão, entre tantos outros procedimentos de Cirurgia Fetal já têm indicações bem estabelecidas.

Entretanto, em doenças como a Mielomeningocele seu uso é ainda controverso.

A Mielomeningocele consiste no não fechamento da coluna do feto, deixando a medula exposta, podendo comprometer o movimento dos membros inferiores e causando hidrocefalia (aumento anormal de fluído na cavidade craniana).

O estudo MOMS realizado nos Estados Unidos e que definiu a cirurgia fetal como o padrão-ouro (ou seja, o tratamento de escolha) para a correção da mielomeningocele, utilizou-se da técnica da cirurgia fetal a céu-aberto.

Posteriormente, foram publicados alguns estudos, em outros países, defendendo diferentes técnicas de correção da mielomeningocele por fetoscopia, porém nenhum com o nível de evidência científica do estudo MOMS.

Clique aqui para conhecer alguns casos reais realizados pela equipe multidisciplinar da Cirurgia Fetal.

Desafios para os avanços da Cirurgia Fetal

Um dos principais desafios para os avanços da Cirurgia Fetal no Brasil é que ainda existem poucos centros especializados. Apesar dos benefícios comprovados, ainda temos muitos médicos sem conhecimento sobre essa área da Medicina. Infelizmente, isso acarreta em falta de informação também para as famílias com diagnóstico de malformação.

Além disso, não há, no Brasil, políticas adequadas para que o tratamento do feto seja coberto pelo SUS ou por Planos de Saúde. Sendo assim, muitas vezes os médicos precisam correr contra o tempo para encaminhar os pacientes (gestante e feto) aos especialistas. E ainda contam com a falta de estrutura adequada para dar sequência ao tratamento.

De qualquer forma, é importante ressaltar que quando a Cirurgia Fetal é considerada urgente e imprescindível é possível conseguir autorização judicial para cobertura dos custos pelos convênios médicos ou até mesmo pelo SUS.

Se você se interessa por essa pauta, ou conhece pessoas que podem se interessar, divulgue. Nosso Blog é alimentado periodicamente com artigos e casos reais de Cirurgia Fetal realizados pela nossa equipe em Curitiba.