Um dos maiores motivos de medo e ansiedade de quem está esperando um bebê é a possibilidade do sofrimento fetal – condição que pode acabar prejudicando tanto o feto quanto a gestante. Essa é mais uma das razões pelas quais é tão importante falar mais sobre esse assunto. Mas antes de chegar ao tema de como identificar sofrimento fetal, precisamos saber o que caracteriza essa situação.
O que é sofrimento fetal?
Essa condição é marcada pela falta de oxigênio para o feto. Caracteriza-se como aguda, quando há a dificuldade da passagem de sangue da placenta para o feto, sangramento materno ou alterações no cordão umbilical, o que pode levar à morte do bebê dentro do útero. Além disso, há casos de sofrimento fetal crônico, quando além da falta de oxigênio, o feto também fica sem nutrientes.
Como identificar sofrimento fetal?
Confira alguns sinais que podem auxiliar no processo de como identificar sofrimento fetal:
- Alteração na frequência cardíaca do feto
A frequência cardíaca fetal habitualmente encontra-se entre 120 e 160 batimentos por minutos. Portanto, frequências muito mais altas (acima de 200) ou baixas (abaixo de 100) podem ser um indício de algum tipo de sofrimento fetal ou problema.
- Diminuição dos movimentos fetais
Pode ser percebido durante um exame de ultrassom, mas é mais comumente observado pela mãe. Por isso é muito importante ficar de olho nos movimentos do feto sempre que possível, incluindo os horários e momentos do dia em que há a movimentação. É normal que o bebê se mexa, afinal eles são muito ativos. Mas a mudança em relação a essa rotina pode ser um sinal de que o bebê está passando por algum sofrimento fetal.
- Diminuição do líquido amniótico
Situações aonde a placenta não está funcionando de maneira adequada podem levar a uma redução no volume de líquido amniótico. Essa redução no líquido pode ser um outro sinal de como identificar sofrimento fetal. Então, durante o exame de ultrassom, em especial após 26 semanas, o médico avalia o volume de líquido por meio da medida do índice de líquido amniótico que geralmente encontra-se entre 80 a 220 mm.
Malformações que podem gerar sofrimento fetal
Além dos sinais citados anteriormente, caso o bebê tenha uma malformação, elas podem contribuir para o sofrimento fetal.
Então, identificar algumas dessas malformações é uma forma de como identificar sofrimento fetal.
Acontece em casos de gestações gemelares quando há a transfusão de sangue entre um feto (doador) e o outro (receptor). A identificação é feita por meio das diferenças em relação à quantidade de líquido amniótico, bexigas, alterações hemodinâmicas e cardíacas. Este problema pode acarretar na morte de um ou dos dois bebês, portanto é comum os médicos ficarem em alerta quanto a essa malformação.
Essa malformação consiste em um defeito no diafragma, que faz com que os órgãos abdominais subam para o tórax do bebê, impactando no desenvolvimento dos pulmões. Geralmente há o aumento do líquido amniótico e, se não corrigido, pode causar o sofrimento fetal.
São decorrentes de pequenos defeitos no coração do feto, normalmente nas válvulas de saúda e nos ventrículos cardíacos, que acabam causando problemas mais graves no desenvolvimento das câmaras cardíacas. Podem chegar a um quadro grave de hidropisia (insuficiência cardíaca com inchaço generalizado) e óbito fetais. As mais comuns são estenose (estreitamento) da válvula aórtica e da válvula pulmonar.
Dicas para diagnosticar malformações o quanto antes:
A ecografia, ou ultrassom, é a dica mais importante para saber como identificar sofrimento fetal, ou outros problemas durante a gestação. Além disso, quanto maior a experiência do médico e a qualidade do equipamento utilizado, maior a chance de um diagnóstico preciso.
Normalmente são realizados pelo menos quatro exames de ultrassom durante a gestação – cada um deles com particularidades de investigação e diagnóstico referentes ao período da gravidez:
1 . Exames realizados no primeiro trimestre:
Devem ser realizados entre a 7ª e 8ª semana de gestação para determinar a idade gestacional, se ele é tópica (acontece naturalmente no útero) ou ectópica (quando embrião implanta em uma das tubas uterinas), detectar os batimentos cardíacos do embrião e a medida dele.
2. Morfológico do primeiro trimestre
É o mais importante para o rastreamento de alterações cromossômicas (problemas genéticos). Deve ser realizado entre a 11ª e 14ª semanas de gestação e resulta nos estudos da anatomia fetal, a medida da translucência nucal e a avaliação da presença do osso nasal.
3. Morfológico do segundo trimestre
Deve ser feito entre a 20ª e 24ª semana e é a melhor fase para visualizar as alterações anatômicas. Portanto, é ideal confirmar e acompanhar a evolução das malformações detectadas pelo exame realizado no primeiro trimestre.
4. Avaliação do crescimento fetal
É realizado entre a 28ª e 32ª semana de gravidez e tem como objetivo a avaliação do crescimento fetal, posição fetal, líquido amniótico, as condições da placenta e do cordão umbilical, identificando possível sofrimento fetal
Para saber mais sobre malformações fetais e a importância do diagnóstico precoce e efetivo, acesse o blog da Cirurgia Fetal ou entre em contato conosco.