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Gestações gemelares: crescimento discordante de gêmeos originado pela Síndrome da Transfusão Feto-fetal

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As gestações gemelares têm se tornado mais frequentes a cada dia, especialmente devido à popularização da reprodução assistida e do uso de indutores de ovulação. Desse modo, os casos de anomalias congênitas em gestações dessa natureza vêm aumentando proporcionalmente. Além disso, dúvidas sobre o desenvolvimento fetal de gêmeos e se existe mais risco na gestação de gêmeos de placenta diferente ou igual se tornam mais comum entre as gestantes.

Isso porque, as ocorrências de malformações congênitas são maiores em gestações gemelares, quando comparadas às gestações únicas. Enquanto a incidência de anomalias é de 1% nas gestações convencionais, nas múltiplas, temos 2%.

As gestações gemelares são divididas em dois tipos:

As monozigóticas apresentam gêmeos idênticos, frutos de um único óvulo, fecundado por um espermatozóide que se dividiu. Podem haver uma, ou mais placentas (gêmeos de placenta diferente), mas os bebês terão necessariamente o mesmo sexo.

As dizigóticas resultam de dois óvulos diferentes. Nesta caso, cada um deles foi fecundado por um espermatozóide distinto. Além de nascerem gêmeos de placenta diferente, poderemos ter bebês de sexos concordantes ou não.

Sabemos que a placentação monozigótica apresenta um ambiente menos favorável ao desenvolvimento fetal. Assim, gestações gemelares monocoriônicas têm mais riscos que as dicoriônicas.

Crescimento discordante de gêmeos

Dentre todos os tipos de possíveis malformações fetais em gestações gemelares, os casos de crescimento discordante chamam a atenção.

Esta condição está relacionada ao desenvolvimento fetal de gêmeos e devido à sua grande incidência, são alvos de estudos e intenso desenvolvimento de soluções terapêuticas.

Segundo a literatura médica, em média 20% das ocorrências de crescimentos discordantes estão associados a quadros de Síndrome da Transfusão Feto-fetal. Neste contexto, até 30% das gestações gemelares monocoriônicas apresentam essa síndrome.

Trata-se de um distúrbio configurado quando os gêmeos compartilham a mesma placenta e há passagem de sangue entre eles. Nessas situações, um deles se apresenta como doador, enquanto o outro atua como receptor.

A essência do problema são as comunicações entre os vasos placentários dos fetos, chamadas de anastomoses vasculares. Elas podem ser arteriovenosos, veno-venosos e artério-arteriais. Quando há o predomínio de determinado padrão sobre outro, com perturbação deste equilíbrio instável, ocorrem alterações.

Desse modo, o receptor acaba sobrecarregado com mais sangue que o necessário, adquirindo riscos neonatais cardíacos. Já o doador, pode apresentar anemia, hipoglicemia, entre outras carências.

Diagnósticos de crescimento discordante originados pela Síndrome da Transfusão Feto-fetal

A soma de vários indicadores poderá confirmar esse tipo de alteração fetal ainda no início das gestações gemelares. A determinação da corionicidade, já no primeiro trimestre, é a chave para o acompanhamento mais rígido, assim como para o planejamento de possíveis providências.

As observações que levam a um diagnóstico efetivo de Síndrome da Transfusão Feto-fetal são feitas por meio de exames ultrassonográficos. Neste exame, busca-se identificar diferenças em relação à quantidade de líquido amniótico, bexigas, alterações hemodinâmicas e cardíacas.

Tratamento da Síndrome da Transfusão Feto-fetal para gestações gemelares

Em casos de gestações gemelares com confirmação da Síndrome da Transfusão Feto-fetal, avaliam-se todos os riscos para a viabilidade de uma possível intervenção intrauterina.

Hoje, a Cirurgia Fetal já oferece um procedimento capaz de realizar as “interrupções” dos vasos sanguíneos que estão comunicando diretamente os sistemas circulatórios dos fetos.

Esse procedimento é chamado de Ablação de Anastomoses Placentárias e visa extinguir as anastomoses que propiciam o desenvolvimento da doença, normalizando o desenvolvimento fetal de gêmeos.

Para tanto, o procedimento é realizado por via transabdominal, utilizando fetoscópios (pequenas câmeras), de menos de 2 mm de diâmetro. Então, através da visualização direta e mapeamento dos vasos da superfície placentária, as anastomoses são fotocoaguladas por lasers.

Desse modo, a Ablação de Anastomoses Placentárias é a melhor opção terapêutica em casos graves de Síndrome da Transfusão Feto-fetal. Além disso, essa abordagem, também conhecida como técnica de Solomon, oferece risco mínimo à gestante, e as complicações cirúrgicas maternas são raras.

Mas apesar dos bons resultados já obtidos, não há uma separação completa da placenta. Assim, o acompanhamento dos fetos deve seguir com muita atenção. Recomenda-se realizar semanalmente controle de ultrassonografia, Doppler e avaliação do volume amniótico.

Você pode saber mais sobre como esse procedimento é realizado no site da Cirurgia Fetal. Se gostou deste artigo e tem interesse em conteúdos sobre malformações fetais passíveis de tratamento, você também pode se inscrever na nossa newsletter.